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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

GIGA na Comunicação Social (Fonte: O Riachense)

Conceição Contente, é a aposta do GIGA para a câmara

“As pessoas sentem uma grande necessidade de mudança”

Assume-se como mais uma opção para as pessoas terem oportunidade de mudar a maneira de fazer política que impera na Golegã. A candidata está confiante num bom resultado, tendo em conta as manifestações de apoio que tem recebido.
Maria Conceição Contente, 46 anos, educadora de infância, foi número dois na lista da CDU à câmara nas eleições de 2001, como independente. Depois, deixou de se identificar com o partido e surge agora como candidata do GIGA – Grupo Independente Golegã e Azinhaga.

Porque aceitou ser candidata?
Aceitei este grande desafio porque me apercebi que as pessoas sentem uma grande necessidade de mudança. Não queremos de modo algum afrontar ou destroçar outras candidaturas, mas pensamos que há coisas que precisam de ser mudadas. E o nosso grupo quer dar a oportunidade às pessoas de se mudar alguma coisa. Somos uma opção diferente.

Foi fácil constituir as listas?
Sim, contra aquilo que esperava. As pessoas disponibilizaram-se para nos ajudar. Temos a vantagem de não estarmos sujeitos a ordens superiores de qualquer partido. A constituição das listas, a construção do programa, de tudo o que irá para rua, foi feito em conjunto por todos os elementos.

Carlos Simões, candidato do PSD, diz que a lista independente foi constituída por dissidentes com o mero intuito de assalto ao poder. Concorda com esta afirmação?
Não quero entrar por esse caminho, porque essa não é a nossa forma de fazer política. Mas, devo dizer que em todos os grupos de independentes há pessoas que estiveram ligados a partidos, desde o PSD, PS, CDU…mas também há pessoas que não se identificam com nenhum partido ou com a sua estrutura partidária. Não temos sede de poder, porque temos a nossa vida profissional activa e não precisamos da política para nada, a não ser para dar alguma coisa às pessoas, se elas quiserem. Depois porque a maior parte dos políticos serve-se da política em vez de servir a política. Sou contra essa forma de agir.

Mas já foi candidata por um partido…
Fui número dois na lista da CDU à câmara nas eleições autárquicas de 2001, mas como independente. Nunca fui filiada em nenhum partido nem pretendo sê-lo. Não me aproximo das ideias e forma de agir da direita e não me revejo em nenhum partido da esquerda.

Está a encarar esta candidatura como um dever de cidadania?
Precisamente. Porque os mais velhos lutaram muito para termos a qualidade de vida que hoje temos e os jovens terão o futuro que nós de lhes deixarmos. Podemos deixar andar as coisas ou tomar uma atitude e decidi tomar uma atitude que foi a candidatura.

Qual a leitura que faz do mandato liderado por Veiga Maltez?
Fez o que fez, está feito e não vou criticar. Mas a sua postura e atitude nos órgãos autárquicos é muito diferente da minha. Não me identifico com a dele. O poder autárquico pode ser dirigido de outra forma, ouvindo as pessoas. O presidente da câmara e a assembleia têm de tomar decisões porque esse é o seu papel. Mas, podem tomá-las ouvindo a população ou não.

E o executivo de Veiga Maltez, apesar de estar legitimado para tomar decisões, não ouviu os munícipes?
Acho que não, porque falei com as pessoas e notei que a câmara decide e faz sem escutar aqueles que precisam das coisas e pagam para elas. Relativamente ao que fez, Veiga Maltez executou o seu programa, mas o meu seria muito diferente. A nossa primeira necessidade tem a ver com as pessoas que vivem e trabalham na Golegã.

Está a querer dizer o quê?
Há falta de investimento para a criação de emprego.

Concorda com as obras que foram executadas neste mandato, como por exemplo o novo centro de estágio?
Com algumas…A Golegã está melhor, mais arranjada e mais bonita, mas ainda há muito por fazer. Não vou criticar o que está feito, porque o presidente está no poder há 12 anos e alguma coisa teria que fazer. Voltando às obras, não quero dizer que o centro de estágio não seja essencial, mas discordo da sua localização. Mas são opções e se o executivo tivesse auscultado as pessoas talvez tivesse escolhido outro local. Dou-lhe outro exemplo: os sanitários que estão a ser construídos no largo do Arneiro não vão resolver as necessidades das pessoas, porque são diminutos para acolher o mar de gente que vem à feira de S. Martinho.

Quais são os objectivos do GIGA? Não gosto de perder. E o que significa ganhar?
Para quem parte do zero, tudo o que conseguirmos é sempre um bom resultado, mas espero mais do que isso, pelo programa que temos, pelas pessoas que integram as listas e pela diferença que queremos mostrar às pessoas. Tudo irá depender dos eleitores e vamos à luta sem entrar em conflitos.

Mas na assembleia de freguesia da Azinhaga, o GIGA não parte do zero…
Aí queremos mesmo ganhar e na assembleia municipal também temos a perspectiva de vencer porque a lista tem pessoas com capacidade para mudar. Gostava que as pessoas participassem mais na vida autárquica e se calhar muitos goleganenses não sabem que a assembleia municipal é mais importante do que a câmara porque é o seu órgão fiscalizador.

A assembleia municipal tem cumprido a sua função de órgão fiscalizador?
De modo algum…e queremos ser eleitos para mudar o sentido das coisas.

Quais são as linhas mestras do seu programa eleitoral?
É um programa elaborado com a participação de todos os membros do GIGA e está numa fase de conclusão. Primeiro queremos distribui-lo aos munícipes porque é por eles que cá estamos e só depois à comunicação social. Mas posso dizer que a nossa aposta reside nas pessoas e na criação de emprego.

Como tem sido a reacção das pessoas à sua candidatura?
Muito me custa dizer, mas está instalado um clima de medo neste concelho. As pessoas têm medo de se manifestar, mas mesmo assim tenho recebido mensagens de apoio. Vão demonstrando alguns sinais de simpatia na rua, mas com receio de serem vistos. As pessoas têm medo de se manifestar.

Esse apoio, mesmo que algo encapotado, dá-lhe confiança?
Sim, tenho tido agradáveis surpresas, mas também me dá uma tristeza tremenda porque defendo a liberdade de expressão.

Está a concorrer a um cargo político. Sente-se política?
Não posso dizer que não sou política, mas sou de uma forma diferente e quero fazer política de uma forma diferente. Não concordo com a postura e maneira de estar que se vê por aí…

Porque é que os goleganenses devem votar em Conceição Contente?
Porque serão tratados de forma diferente e poderão esperar outra maneira de gerir o município, para as pessoas e com as pessoas.

A dívida camarária de três milhões de euros justifica-se?
Fala-se nesses números e quando chegar à câmara tomarei atitudes. Não é que me assuste, mas não sei se serão só três milhões. Não podemos empenhar o futuro.

Discurso directo
“Não queremos de modo algum afrontar ou destroçar outras candidaturas”
“Não temos sede de poder”
“Há falta de investimento para a criação de emprego”
“A Golegã está melhor, mais arranjada e mais bonita, mas ainda há muito por fazer”
“Tudo o que conseguirmos é sempre um bom resultado”
“Está instalado um clima de medo neste concelho”
Entrevista de Nuno Matos
Fonte: O Riachense